Texto e fotos: Evandro Viana
A Ladeira do Grego, no bairro do Sabugo, em Paracambi, está sem água há três semanas, depois que a empresa Rio+Saneamento desligou o sistema que bombeia água para o morro. É o que relata um grupo de moradores, que contam que a empresa mudou a forma como é realizado o fornecimento de água.
Antes da Rio+, os próprios moradores ligavam a bomba para abastecer a ladeira. Eles relatam que a empresa instalou um sistema automático para ligar a bomba, sistema esse que nunca funcionou.
“A Rio + alega que daqui a uma semana enviará uma equipe para vê qual era o problema” afirma o injetador Douglas Rodrigues da Silva Santos, 27, que semanalmente utiliza duas bombas para conseguir encher as caixas e os reservatórios de sua casa.
Douglas bombeia a água até um tambor no meio do morro e de lá, com outra bomba, termina de bombear para sua casa, o que acaba por aumentar e muito sua conta de energia elétrica. “a gente tem duas bombas, quando der ruim de uma quebrar, só Deus sabe o que vamos fazer”, acrescenta o injetador.
“Pra beber a gente traz água no galão lá de baixo até em casa, a água que a gente bombeia a gente utiliza pra tudo em casa. E vai reaproveitando para não desperdiçar”, relata Natalhy, esposa de Douglas, à beira de um tanque com a água já turva de uma lavagem de roupa, ela ainda usará a mesma água para lavar outras roupas.
Seu Lornardex Cardoso, 61, colocou calhas em toda sua casa para direcionar as águas da chuva para os muitos reservatórios que se espalham pelo seu quintal. Essa é a única água que chega à casa de seu Lornadex, pois água encanada nunca chegou, nem na época da CEDAE. Para beber o aposentado traz galão nas costas desde a parte baixa do bairro.
Dívida de mais de mil reais sem fornecimento de água
Alisson de Souza, 39, repositor de supermercado, tem água na torneira graças a ajuda de uma vizinha que cede água de seu poço para ele e sua família composta por ele, esposa e duas crianças. O morador relata que a Rio+ Saneamento colocou o hidrômetro, mas esqueceu de fornecer água.
“Eu nunca tive cadastro nem na Rio + e nem na CEDADE. A Rio + esteve aqui, colocou o hidrômetro e logo no mês seguinte veio uma conta no valor de R$ 69,24 e com um aviso de um débito de R$ 1.033,08 em meu nome”, completa Alisson, dizendo que há mais de três semanas que a água não sobe a Ladeira do Grego.