Iaralene Santos é uma referência da dança na nossa cidade, forma novos alunos, que movimentam a economia de Paracambi
Referência nacional entre projetos sociais que valorizam a Cultura, a Companhia de Ballet de Paracambi foi concebida, em abril de 2006, pela professora de Educação Física e dança Iaralene Santos e a instrutora de dança Soraia Siqueira. Suas alunas levaram o nome da cidade e chegaram a abrir para o Threatro Municipal do Rio de Janeiro em uma apresentação na Fábrica do Conhecimento.
“Éramos conhecidos no estado, já estávamos no mapa da Cultura, só não tínhamos a estrutura de Joinville”, diz Iara sobre a cidade que abriga a maior escola de Ballet do país, a Bolshoi. “Mas nós tínhamos um número gigantesco de alunos, mesmo com orçamento básico”, lembra a professora Iara, um nome popular em Paracambi.
“Os estúdios de dança hoje, na cidade, são de quem participou da Companhia de Balé”, diz ela, afirmando que os projetos precisam de investimento para voltar a formar professores de dança.
“Uma pessoa que se formou no programa hoje tem uma sala de dança, local que gera emprego. As alunas precisam fazer roupa na costureira, maquiar, fazem a roda girar”, algo que ela afirma que beneficiará a cidade a se desenvolver não só culturalmente, mas financeiramente. “É imposto que vai entrar pra prefeitura e que vai virar saúde, educação”, disse Iara.
Em 2004, uma apresentação de “O Corcunda de Notre Dame” lotou o Cinema Imperial de Paracambi. Uma cidade que carecia de manifestações culturais se impressionou com um grupo de meninas dançando ballet, sob direção da professora Iara e a ajuda de Soraia, mãe de uma das alunas e quem interpretou Quasímodo na peça.
Antes da Companhia de Ballet, sua primeira turma de dança ensaiava no GRESP, um clube privado, portanto havia mensalidade. O prefeito daquele ano, André Ceciliano, estava na apresentação para assistir a filha, Giulia, que era aluna de Iara e fazia parte do espetáculo.
“O André me chamou depois da apresentação e me perguntou se eu tinha um projeto social, porque ele achava que tinha muita criança nas ruas da cidade e a precisávamos colocar elas para dançar”, detalhou ao descrever a origem do projeto.
Depois do encontro, a Cia. de Ballet começou a ganhar formato para atrair verba e o projeto ser viabilizado. Na época, Ceciliano conseguiu um espaço dentro da Fábrica do Conhecimento, permitindo que o espaço acompanhasse o crescimento do projeto – agora com 900 inscritos.
Sua história com a Companhia acabou em 2017, quando chegou para trabalhar em janeiro e havia pessoas ocupando as salas com seu material pessoal dentro. “Ninguém me chamou para dizer que havia sido tirada, peguei minhas coisas com alguns amigos e fui embora”, lembrou.
Para ela, falta respeito com a história da cidade, que sempre foi um berço de talento no esporte: “falta sair do amadorismo e dar estrutura para as pessoas. Precisa de alguém que saiba ir atrás dos editais, como a equipe que o Andrezinho disponibilizou para a população, mas precisa ser de dentro da cidade”.
Atualmente, Iaralene é dona da Angellus Dance Fitness, a única escola da região a oferecer aulas de Ginástica Rítmica, além do Ballet. Seus pedidos de apresentações continuam sendo negados pela atual administração de Paracambi, mesmo com o sucesso das suas turmas, com alunas que foram incusive convidadas a participar de mostras na UFRRJ e em festivais.