Paracambi não possui atualmente um panorama favorável para os idosos. Em reunião do Programa de Governo Participativo (PGP) do pré-candidato à prefeitura da cidade, Andrezinho Ceciliano, na noite de ontem (28), a agente comunitária em saúde Luciana Ferreira afirmou que a Universidade Federal Rural (UFRRJ) promoveu a capacitação de profissionais para a área. No entanto, a medida não foi devidamente implementada pela prefeitura da cidade.
“A Universidade Rural em Seropédica articulou agentes comunitários da saúde para a cidade, mas a atual gestão não promoveu a permanência. A UFRRJ proporcionou a capacitação, mas infelizmente a atual gestão não adequou, não inseriu a articulação com esses agentes comunitários”, ela explicou.
Além do fortalecimento da política de assistência comunitária, Andrezinho destacou a necessidade de atenção e acolhimento ao idoso, articulando futuros “mutirões de cirurgias, como de cataratas, vacinação da terceira idade, calendário de eventos voltados aos idosos, projeto de inclusão digital, acesso à cultura por meio do artesanato, crochê, oficinas de dança, aulas de funcional e hidroginástica”.
Diretor do Núcleo de Envelhecimento Humano (NEH) da UERJ, o professor Renato Veras destacou que a faixa etária que mais cresce no Brasil, segundo o IBGE, é a das pessoas acima dos 60 anos.
Para ele, o envelhecimento dos paracambienses é “tudo que queremos: chegar aos 80, 90, até aos 100 anos, mas com qualidade de vida”, mas para isso ser possível, Paracambi carece de uma estrutura relativamente simples, que conte com um médico qualificado, prevenção, acompanhamento hospitalar.
Centro de convivência pode oferecer apoio a idosos
Outro nome de excelência que integrou a mesa foi do professor Otelo Correa, médico psiquiatra e psicanalista que possui reconhecimento nacional devido seus estudos sobre Alzheimer. Ele defende a criação de um Centro de Convivência que atenda os idosos durante o dia, enquanto seus familiares estão no trabalho ou estudando.
“A Rocinha tem 200 mil habitantes, quatro vezes o tamanho de Paracambi, dentro de uma comunidade. Montar o Centro de Convivência na Rocinha é uma dificuldade enorme com o tráfico, mas é possível e está sendo feito”, comparou ele ao citar a Casa Naná, espaço de atividades recreativas gratuitas como ioga, dança, memória afetiva, pintura, coral e passeios.
Presente na reunião, o ex-prefeito de Paracambi, André Ceciliano, lembrou dos anos em que sua prefeitura diminuiu a taxa de mortalidade acima de 40 anos. “Foi possível porque estávamos promovendo natação, bailes da terceira idade, abrindo o centro de emprego e renda em Lages”.