O prédio de estilo industrial inglês já dá uma pista de quanta história passou por ele. A Fábrica do Conhecimento foi construída no no final do século XIX para abrigar a primeira e maior tecelagem do país: a Companhia Têxtil Brasil Industrial.
Naquela época, Paracambi ainda era o povoado de Macacos, na cidade de Vassouras. A chegada da Estrada de Ferro D. Pedro II foi um dos propulsores para o desenvolvimento da região e para o início da revolução industrial do Brasil Império.
Além da ferrovia, que contava com o serviço de telégrafo, as quedas d’água existentes no sopé da Serra do Mar foi outro fator decisivo para a instalação do complexo fabril, pois a ideia era utilizar a força motriz dessas quedas d’água para mover o maquinário da fábrica.
Segundo o Primeiro Relatório da Companhia Brazil Industrial, de 1874, a fábrica foi inaugurada com 400 teares, o que era extremamente grandioso para a época. A instalação Cia. Têxtil Brasil Industrial gerou uma onda migratória para o povoado de Macacos, atraindo, primeiramente, a população da Freguesia de São Pedro e São Paulo de Ribeirão das Lages, fundada em 1836. Essa Freguesia foi o primeiro povoado da atual cidade de Paracambi.
O crescimento de Macacos foi impulsionado pela companhia e se tornou o 7º Distrito de Vassouras com o nome de Tairetá e que, mais tarde, juntamente com o Paracambi, 3° Distrito de Itaguaí, se emanciparam administrativa e politicamente, dando origem a nossa cidade.
Em 1984, após de mais de um século de funcionamento, a fábrica que contribuiu para o surgimento de Paracambi fecha suas portas, deixando não só uma legião de desempregados, mas também seu legado, sua história e inúmeras saudades. Seu conjunto fabril em estilo inglês do Século XIX foi tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural – INEPAC.
Em 2001 a Prefeitura de Paracambi, durante a gestão André Ceciliano, comprou a fábrica e deu início a um novo capítulo para a cidade: de suas terras, surgiu o Parque do Curió, um parque natural municipal com 913 hectares.
E foi desse complexo fabril que surgiu a Fábrica do Conhecimento, também inaugurada por Ceciliano em 2001, reunindo ao longo de sua gestão uma série de instituições de ensino, de graduação e pós-graduação, cursos técnicos e projetos culturais.