Paracambi é a cidade onde nasci, cresci, onde vive boa parte da minha família, inclusive meus avós. É o lugar onde vivem meus maiores amigos e as minhas melhores lembranças. Por isso, falar da minha cidade, que completa no dia 8 de agosto 63 anos – apenas oficialmente, porque sua história é muito anterior a isso – me remete a um sentimento de profunda gratidão. O homem que me tornei deve aos aprendizados que teve nesse lugar, tendo como mestre e guia o meu pai, de quem tenho a honra de carregar o mesmo nome e sobrenome.
Poucos meses após meu nascimento, em 1º de agosto de 1998, meu pai venceria sua primeira eleição como deputado estadual. E isso mudaria para sempre não só o destino da nossa família, mas também da nossa cidade. Dois anos depois, em 2000, ele foi eleito prefeito, onde ficou por dois mandatos. Eu, uma criança que gostava de o acompanhar, não fazia ideia da revolução que testemunhava.
Da Educação à Saúde, do saneamento ao meio ambiente, da geração de empregos promovida pela criação do Distrito Industrial da cidade à chegada de gás natural, motor para a atração das empresas, o século 21 chegou trazendo bons ventos para Paracambi, sobretudo após a eleição do presidente Lula, que chegou pela primeira vez ao Planalto em 2003 e esteve em Paracambi em 2006 inaugurando uma unidade do CEFET na Fábrica do Conhecimento.
Com o apoio do presidente Lula, uma revolução pacífica aconteceu. Meu pai, entre outras coisas, foi quem criou a Guarda Municipal da cidade, quando praticamente foi zerada a taxa de homicídios – o que fez com que Paracambi fosse o único município da Baixada fora do Mapa da Violência feito pela Organização dos Estados Ibero-Americanos. Esse resultado, porém, não veio pela força das armas ou da repressão, mas, sobretudo, como consequência dos projetos sociais implementados nas áreas da Educação, na Cultura, nos Esportes, na Juventude.
Embora a marca mais famosa do legado do meu pai seja, sem dúvida, a Fábrica do Conhecimento, um complexo educacional onde hoje estudam cerca de 10 mil alunos, pouca gente sabe que, antes da sua gestão, 12% dos estudantes da rede municipal de ensino não sabiam ler nem escrever. A situação mudou através de cursos de qualificação dos professores e aulas de reforço no contraturno escolar. Se, hoje, Paracambi se orgulha de ter o melhor IDEB da Baixada Fluminense, isso se deve ao que foi semeado tempos atrás.
Foram tantas as ações que fica difícil enumerar: a criação da Escola de Música Villa Lobos e das Companhias Municipais de Balé e de Teatro; o programa de erradicação do Trabalho Infantil; o Programa Florescer, que contratava jovens aprendizes para a jardinagem da cidade; os projetos Campeões do Futuro e o Paracambi Digital são algumas das iniciativas que permanecem vivas em minha memória.
Quem viveu, lembra das moscas e do mau cheiro permanente na cidade, provocados pelo lixão a céu aberto que conseguimos erradicar, sem deixar de acolher as famílias que ali viviam, no meio da sujeira, dos porcos, dos ratos, como se animais fossem. Pessoas de carne e osso, que foram morar em moradias dignas do Minha Casa, Minha Vida nos bairros de Lages e BNH.
A Casa de Saúde Dr. Eiras, que chegou a ser o maior hospício da América Latina e era uma das maiores contribuintes da cidade, foi fechada por uma razão humanitária: não era possível admitir os maus tratos a que eram submetidos os quase dois mil pacientes psiquiátricos ali encarcerados. No lugar, foi implementada uma rede de acolhimento com 21 casas terapêuticas e Centros de Atenção Psicossocial (Caps) para tratar com respeito e carinho essas pessoas, muitas das quais abandonadas e esquecidas há muito tempo pelas próprias famílias.
Se eu pudesse, me alongaria por mais parágrafos, que renderiam um livro, contando como foi crescer junto com Paracambi, sobre as ruas que saíram da lama para o asfalto; da fábrica de manilhas que ajudou a baratear e acelerar as nossas obras públicas; das praças e quadras poliesportivas que foram reformadas e construídas; das novas estações de tratamento de esgoto, da reestruturação de toda a rede de Saúde, da criação dos centros de emprego e renda e muito mais.
Mas é desnecessário ir além. Paracambi conhece a sua história e lembra quem cuidou dela de verdade porque tem o presente para comparar. Nos 63 anos da minha cidade do coração, nossa luta é para que ela volte a crescer como já cresceu um dia! Parabéns pela resistência, Paracambi. Feliz aniversário!