Texto: Evandro Viana
Paracambi, na Baixada Fluminense, é uma das cidades que estão recebendo um banho de obras às vésperas da eleição. Ao custo de quase R$ 8 milhões de reais, a recuperação asfáltica da rodovia RJ 127, que corta a cidade, está preocupando motociclistas, que temem o risco de acidentes no “asfalto farelo” amplamente divulgado pela prefeita nas redes sociais.
“Algumas partes da estrada estão esfarelando, nas curvas e na reta do quartel tem bastante pedrinhas soltas, na chegada ao centro de Paracambi também”, reclamou o motoboy Bruno Lorosa, destacando que precisou redobrar a atenção enquanto faz as entregas pela cidade.
O medo dos motociclistas não é injustificado. No fim de semana após a aplicação do asfalto, foram registrados três acidentes na rodovia, um deles filmado pelo policial militar Gilmarlei de Farias Sant’ana. No vídeo, ele atribui o acidente à qualidade do asfalto. Veja:
A técnica de enfermagem e motogirl nas horas vagas, Ana Carolina Borges, também tem as mesmas reclamações. “Jogaram um farelo na estrada e nós, motociclistas, estamos escorregando, temos que andar com muita cautela, ainda mais nos cantos que tem muitos farelos, que estão escorregando demais. O centro da cidade é o lugar mais”, contou.
O perigo do “asfalto farinha” também é uma preocupação dos ciclistas da cidade, dentre eles Michelle Moreira, esteticista de 48 anos que também é motociclistas.
“As pedrinhas me atrapalham muito, seja na moto ou na bike, pois na curva, mesmo na velocidade permitida, se torna perigosa. De bike então nem se conta, pois precisamos andar no acostamento, já que ainda não temos a ciclovia prometida pela prefeitura”, conta Michelle. Ela destacou que a promessa da prefeitura foi feita logo após a morte do Rodrigo Damásio, líder do grupo de ciclistas do qual Michelle faz parte.
Para Marcelo Bianchi, 43, empresário, que utiliza a rodovia todos os dias para ir de sua casa até sua empresa, a obra foi muito mal planejada.
“É um asfalto muito mal feito, parecendo um caldo de feijão que só serviu para amenizar a buraqueira que era a RJ-127, visto que, até na aplicação do suposto asfalto, tem partes que não foram cobertas, partes que o asfalto não aderiu totalmente e fica esfarelando”, ele contou.
“Asfalto não! Esse recapeamento que a prefeitura de Paracambi colocou na RJ 127, que segundo informações passada pela Prefeitura Municipal de Paracambi foram enviados 7 milhões para o mesmo” reclama a esteticista Michele de Oliveira Moreira, 48.
Michele também faz parte de um grupo de ciclismo na cidade e sempre está na estrada com seus companheiros de equipe. Ela relata que, para o ciclista, o resto de pedrinhas deixados na pista pode causar derrapagens e acidentes na pista.