Texto: Rian Delaia e Evandro Viana / Foto: Reprodução / Google Maps
O candidato à prefeitura de Paracambi Andrezinho Ceciliano (PT) afirmou, durante caminhada nesta quarta-feira (04), que irá regularizar a posse de lotes do bairro do Guarajuba ainda no primeiro ano de governo. A ideia é desapropriar o terreno e, então, regularizar a posse dos lotes para os moradores. As famílias estão na região há cerca de 20 anos, tratando-se hoje de um loteamento consolidado.
“Se Deus quiser, no ano que vem, nós vamos entregar o título de posse para o pessoal aqui do loteamento”, afirmou Andrezinho, que foi aplaudido pelos moradores. O candidato ainda acrescentou que a ação tem o objetivo de levar dignidade à população do Guarajuba.
Água a preço de ouro
No bairro da Guarajuba, além da necessidade de posse do terreno, uma das frequentes reclamações dos moradores feitas durante a caminhada foi o serviço da Rio+Saneamento, concessionária que assumiu a gestão depois do leilão da Cedae.
Rafaela Souza, que mora no Guarajuba, contou que, por conta dos valores abusivos cobrados pela empresa de abastecimento de água, os moradores acabam optando por não pagar as contas. “Ninguém paga, porque ninguém tem dinheiro pra pagar esse valor surreal que eles cobram”, afirmou a manicure, que já chegou a receber cobranças de R$1.500,00.
A vendedora Viviane da Silva disse que, quando o abastecimento da região era administrado pela CEDAE, ela costumava pagar cerca de 50 reais, mas que, desde que o serviço passou a ser prestado pela Rio+ Saneamento, o valor saltou para 300 reais e, segundo ela, a água vem suja. “O valor que a gente está pagando com água daria para a gente comprar mais alimento”, lamentou a vendedora.
Durante discurso ao final da caminhada, o candidato Andrezinho Ceciliano declarou que ao assumir, irá trabalhar para que Executivo e Legislativo trabalhem juntos para romper o convênio com a Rio+ Saneamento. “A gente tem que ter disposição para enfrentar essa covardia, porque eles têm imposto taxas abusivas, endividando o povo do Guarajuba”, declarou.
Fotos: Everaldo Sampaio
Do outro lado da linha
Pela manhã, o candidato a prefeito fez uma caminhada pelas ruas do Outro Lado da Linha, em Lages, na manhã desta quarta-feira (04). No trajeto o candidato recebeu o carinho de diversos moradores e pedidos de melhorias no bairro.
“Nosso compromisso aqui no bairro que nem se quer tem nome, todos chamam de Do Outro Lado da Linha, é dar dignidade para os moradores, infraestrutura para o bairro poder abraçar a juventude, arrumar o campo para a criançada jogar bola, fazer uma contenção nas ruas que precisam, temos aqui uma rua que a qualquer momento pode desmoronar e as pessoas ficarem sem caminho para irem pra casa. Isso é um reflexo do que vemos em todos os locais por onde andamos: falta da presença do poder público”, completa o candidato.
Renê Barzan, 51, presidente da associação de moradores, diz que as prioridades do bairro são a coleta de lixo, melhorar a saúde e investir na área de lazer do bairro. Ele destacou que o único local onde os jovens do bairro podem praticar algum esporte é um campinho da Rua Dr. Jaime Augusto Marques, mas o estado dele é precário e precisa de reformas urgentes.
“Essa quadra existe há mais de 50 anos e infelizmente está abandonada. O que temos hoje, que é apenas duas traves, fomos nós moradores que fizemos”, disse o presidente, que afirma que a atual gestão foi a única a não olhar pelo seu bairro.
Uma moradora que preferiu não se identificar, nos informou que o governo municipal precisa ter sua atenção voltada à saúde e bem-estar dos idosos, como a ginástica da terceira idade e outras atividades que proporcionem uma melhor condição de vida a esse público. A moradora nos informa que faltam médicos e remédios no postinho de saúde do Mutirão que atende o bairro Do Outro Lado da Linha e que é sacrificante para os moradores terem que ir até o bairro do Mutirão para conseguirem atendimento médico.
“Pra gente ter um atendimento de médico clínico é só às segundas e quintas lá no posto do Mutirão. Antigamente éramos atendidos aqui no posto de Lages que é bem mais perto pra gente, só 300 metros, mas a gente não sabe porquê da prefeita mudou tudo e nos mandou pro Mutirão que fica há quase dois quilômetros daqui”,
Ketlen Vanessa, 31, desempregada reclama da falta de oportunidades de emprego, principalmente para as mulheres. Ketlen nos relata que a falta de vagas nas creches é um dos empecilhos para que possa conseguir um emprego. A moradora também fala da falta de médicos e medicação no hospital e postos de saúde.
Para Nelson Henrique, 60 anos, motorista de aplicativo, o bairro é esquecido pelo poder público. Além dos problemas já relatados, o motorista reclama da falta de abastecimento de água.
“Aqui vem água três vezes por semana, nos outros dias não cai nada na torneira, mas as contas chegam todos os meses”.
O motorista de aplicativo ainda recorda de dois casos ocorridos recentemente envolvendo o Hospital de Lages, o mesmo nos diz que “já transportou duas gestantes com duas meninas nova, com pressão alta, perdendo a criança, o médico as mandoupara o Hospital Mariana Bulhões por conta própria, eu achei isso um absurdo total, uma falta de humanidade, infelizmente nós não temos secretaria de saúde”.