Moradores denunciaram esperar horas pelo Curió; em menos de dois anos, frota foi reduzida em 37%
Texto: Rian Delaia / Foto: Divulgação/Redes sociais
O candidato à prefeitura de Paracambi Andrezinho Ceciliano prometeu que, se eleito, irá triplicar a frota de ônibus gratuitos oferecidos na cidade e criar um aplicativo para que os moradores possam acompanhar a localização dos veículos em tempo real. As promessas foram feitas durante uma caminhada no bairro do Paraíso nesta sexta-feira (30). Os moradores denunciaram que chegam a esperar horas pelo Curió, serviço de transporte gratuito inaugurado pela prefeitura da cidade em 2023.
“Antigamente, Paracambi rodava com oito carros. Hoje, são cinco no total. Eu tenho o compromisso de manter a tarifa zero e ainda triplicar o número de carros”, declarou o candidato, que ainda enfatizou a criação de um aplicativo para que os munícipes possam acompanhar, em tempo real, a localização do ônibus.
“Para não precisar ficar uma hora e meia esperando o Curió cantar. O curió vai piar no seu celular para avisar sua hora de sair de casa”, brincou.
Maria de Fátima Costa, moradora que tem dificuldade de lomoção por um problema de saúde, diz que a mobilidade na região é péssima. “Nunca faltou ônibus no governo do André. No dela, não tem ônibus”, reclama a enfermeira aposentada que precisa solicitar motoristas de aplicativo quando é necessário se deslocar para algum outro bairro do município.
Rafaela Halfeld, que é cuidadora de Maria de Fátima, mora a apenas cinco quilômetros de distância do local de trabalho, mas precisa sair de casa às 5h30 da manhã para chegar na casa de dona Maria às 8h. A cuidadora ainda conta que já deixou o local de trabalho às 16h e, quando foi às 19h, o ônibus ainda não havia passado.
“Às vezes a gente junta umas quatro pessoas para pedir um Uber, porque a corrida dá, em média 20 ou 25 reais”, declara Rafaela ao lamentar ter de gastar tal valor por um trajeto que ele poderia fazer de forma gratuita com o Curió.
Sem água encanada no bairro, família “resolve” problema por conta própria
Além do transporte público, a falta de saneamento foi uma denúncia recorrente na caminhada. Sem água encanada e sem esgoto regular, os moradores tentam arrumar suas próprias soluções para amenizar os efeitos dos problemas.
Margarete Fernandes conta que ela e o marido conseguiram, por meio de doações, algumas manilhas para tentar proteger o solo da água suja. A preocupação da moradora é que o esgoto contamine a água que eles bebem, que vem do poço da família, já que na casa também não chega água encanada.
“A gente tenta contato com a prefeitura. Eles dizem que essa parte aqui é responsabilidade da rede ferroviária, mas a Supervia diz que não”, conta a moradora ao relatar um jogo de empurra entre as autoridades.
O morador Marlon da Conceição afirma que o bairro sofre com a falta de assistência da gestão municipal. “A prefeitura não vem aqui, não faz nada. O esgoto é jogado a céu aberto”, denuncia.