Programa de Governo do Andrezinho Ceciliano prevê valorização das mulheres no campo, com instalação de creches em áreas rurais e o retorno da escola Terra de Educar
Texto e fotos: Evandro Viana
Falta de apoio do poder público e de qualificação específica para as mulheres, escassa oferta de transporte e péssima qualidade das estradas. Esses são alguns pontos que dificultam o trabalho no campo na cidade de Paracambi, principalmente para as mulheres, que representam 40% do trabalho agrícola nos países em desenvolvimento, mas são as mais atingidas pela fome.
Lilia Nogueira da Silva produtora rural orgânica e agroecológica na região de Ponte Coberta e São José, produz hortaliças, legumes, frutas, banana passa e recentemente iniciou o cultivo de flores.
Durante a semana faz a venda direta ao consumidor nas feiras do UFRRJ – campus Seropédica e Nova Iguaçu, em Paracambi, em parceria com sua amiga Tatiana, também produtora rural, seus produtos podem ser encontrados na Praça Cara Nova.
Para Lilia, o papel da mulher na agricultura é fundamental, mas falta o reconhecimento e a valorização por parte da sociedade, pois a jornada da mulher agricultora é tripla, pois além do campo, tem a casa e a família.
“A produção é penosa, porque gerenciar os dois sítios é complicado, a gente aqui, as mulheres agricultoras que participam dos programas do Governo Federal se ajudam, porque até mão de obra é escassa, mesmo que a gente precise de alguém pra nos ajudar, mão de obra masculina, é muito complicado, porque a maioria trabalha fora, mesmo sendo agricultor, e quando sobra um tempo eles estão nas próprias propriedades, então a gente fica sem ter com quem contar, então a gente se junta e se ajuda”, conta Lilia.
Já Tatiana Dias, agricultora da região de São José, na Serra de Paracambi, produz frutas e mudas de árvores que são comercializadas em sua barraca na Praça Cara Nova. Ela é parceira de Lilian nas vendas e na produção de flores. Para ela, falta apoio político na área rural, desde as estradas até questões que envolvem a saúde da mulher, educação para os filhos, transportes e outros direitos que garantam a cidadania do homem e da mulher do campo.
Tatiana diz que a agricultura em Paracambi tenha um futuro “que saia da teoria e que haja a prática, mudança, apoio, uma gestão que vista a camisa da agricultura familiar mesmo. A pessoa que ganhar precisa ter o conhecimento que sem o campo não tem nada na mesa”.
Ela ainda afirma que atualmente os produtores não possuem apoio público nem para produzir e nem para escoar seus produtos.
Valorização da mulher do campo é proposta em programa de governo de Andrezinho
A construção de políticas públicas para apoio e incentivo à produção das mulheres no campo é um dos pontos previstos no eixo da agricultura familiar no programa de governo apresentado pelo candidato a prefeito Andrezinho Ceciliano.
Entre as propostas para a área, estão a criação de creches nas áreas rurais e o retorno da escola Terra de Educar, para dar apoio de excelência no apoio aos agricultores e agricultoras e à população.
O candidato também propõe a criação de uma política de fomento à agricultura familiar e orgânica, com a criação de cozinhas comunitárias e de uma usina de compostagem, para produção de adubo orgânico.
Obras para a melhoria das estradas rurais de todo o município, o retorno do projeto Florescer, com sacolões solidários e hortas e a realização de parcerias com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (EMATER-RJ) também estão entre as propostas do candidato.
“O grande desafio é conseguir que os agricultores locais tenham acesso a políticas públicas de logística, fiscalização e incentivo com menos burocracia”, comenta o candidato no programa de governo.