Andrezinho Ceciliano é deputado estadual
A tragédia climática que assola o Rio Grande do Sul, atingido em poucos dias por chuvas esperadas para todo o Outono, o que elevou em quarenta vezes o nível dos rios, lagos e lagoas, serve como um alarme estridente: é urgente preparar nossas cidades para o novo normal, ou seja, os eventos climáticos extremos, que serão cada vez mais frequentes, exigindo portanto uma resposta proativa e abrangente por parte das autoridades e da sociedade como um todo.
Recentemente, as cidades da Baixada Fluminense e Centro Sul passaram por uma experiência devastadora, com registro de oito mortos nas cidades de Nova Iguaçu, Japeri e Barra do Piraí. Na minha cidade, Paracambi, muita gente perdeu tudo o que tinha. Comerciantes amargaram prejuízos ainda não sanados. A BR 127 foi parcialmente bloqueada. Nada parecido com o que vemos acontecer no Sul, de dimensões maiores, mas não menos preocupante.
Nesse contexto, é crucial lembrar a importância de iniciativas proativas, como o projeto de lei que apresentei sobre a necessidade de se adotar o modelo das cidades-esponja no planejamento urbano das nossas cidades.
Inspirada em experiências que já estão sendo adotadas em diferentes lugares do mundo, sobretudo na China e nos Estados Unidos, as chamadas cidades-esponja estão sendo concebidas com um foco especial no gerenciamento das águas pluviais, utilizando uma combinação de infraestrutura verde e tecnologias inteligentes para absorver e drenar a água de forma eficiente.
Ao promover a permeabilidade do solo e a criação de espaços verdes, as cidades-esponja não apenas reduzem o risco de inundações, mas também melhoram a qualidade de vida dos seus habitantes. Pode parecer uma realidade distante para bairros que ainda sequer contam com asfalto ou saneamento básico. O fato, porém, é que também as soluções do passado precisarão ser repensadas.
Além da infraestrutura física, há de se pensar em políticas de planejamento urbano resilientes, sistemas de alerta precoce eficazes e um compromisso com a sustentabilidade ambiental em todas as esferas da vida urbana. Devemos investir em medidas de adaptação e mitigação, fortalecer a infraestrutura existente e capacitar as comunidades para enfrentar os desafios que estão por vir.
Estive na Conferência da Juventude da ONU, em Nova Iorque, recentemente e vi que a crise climática é uma realidade planetária que, por isso, requer uma resposta global. A cooperação internacional e o intercâmbio de melhores práticas são essenciais para enfrentar esse desafio complexo e multifacetado. Nenhum país ou cidade está imune aos impactos das mudanças climáticas. Todos nós temos a responsabilidade compartilhada de agir com urgência e determinação.
A hora de agir é agora, e cada um de nós tem um papel a desempenhar nessa luta crucial pela resiliência e pela sobrevivência.